Medicamentos Veterinários, em Portugal

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A dispensa de medicamentos veterinários, tal como de uso humano, requer o cumprimentos das leis que regulam esta actividade, e que garantem os cuidados de saúde adequados. Além disso, aqui, é importante que também haja o cumprimento das normas que garantam a segurança alimentar dos consumidores, quando falamos de animais destinados à exploração alimentar.

Em Portugal, os produtos de uso veterinário, sejam medicamentos, biocidas ou outros, são regulados por uma agência diferente da dos humanos. Ou seja, em vez de serem regulados pelo INFARMED, pertencente ao Ministério da Saúde, são regulados pela Direcção Geral de Alimentação e Veterinária, pertencente ao Ministério da Agricultura. Contudo, o primeiro não é totalmente alheio a esta área, sendo que lhe devem ser enviados processos e documentação relativa a produtos que sejam considerados medicamentos, ainda que de uso veterinário.

 

Tipos de medicamentos veterinários

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Os medicamentos dispensados para uso veterinário podem ser de três tipos:

1. Medicamentos sujeitos a receita médica, de uso humano, que são adaptados para uso animal, como antibióticos em xarope e comprimido (vendidos apenas em farmácia e com prescrição médico-veterinária);

2. Medicamentos não sujeitos a receita médico-veterinária, para uso veterinário exclusivo, como pílulas, coleiras e antibióticos para infecções externas (vendidos praticamente em farmácia e clínicas)

3. Medicamentos de dispensa (quase) exclusiva de clínica veterinária, ou por serem destinados a animais de exploração ou por não serem rentáveis para que os armazenistas de farmácia os tenham disponíveis.

 

Como é feito o comércio de medicamento veterinários em Portugal

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Em termos de vendas e ocupação de espaço em farmácias, com a crise que o país atravessou, houve um aumento do abandono de animais, e diminuição da adopção dos mesmos. Isso, claro, levou a uma queda abrupta das vendas destes produtos. Actualmente, com a retoma do hábito das famílias portuguesas terem animais (e que tratam como se de um membro da família como qualquer outro fosse) a procura destes produtos tem aumentado.

Contudo, não há um padrão generalizado pelo país, sendo que há farmácias que não têm praticamente nada de uso veterinário exclusivo, porque não há procura (como nas zonas mais envelhecidas do país); enquanto que em zonas mais jovens, geralmente as farmácias têm um expositor só para estes produtos. Por outro lado,  farmácias que se situam perto de Hospitais e/ou Clínicas veterinárias não costumam ter os produtos que sabem que lá são vendidos, porque geralmente os donos dos animais compram lá o que precisam mas, por outro lado, têm um stock reforçado dos medicamentos de uso humano que são prescritos para animais, porque sabem que no final da consulta os donos costumam procurar a farmácia mais próxima para comprarem os medicamentos que ficaram a faltar.

Acredito que esta área farmacêutica ainda não está totalmente desenvolvida nem difundida, sendo que Portugal é um país que “consome” mais produtos e medicamentos de uso veterinário destinado a animais de exploração, ou seja, fora do circuito de farmácia, do que para animais de estimação.

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Formada em Ciências Farmacêuticas, com grau de Mestre pela Universidade Lusófona (Lisboa,Portugal), em 2012. Durante o curso, fez estágios obrigatórios em Farmácia e em Hospital, fez investigação e trabalhou como promotora de produtos farmacêuticos. Trabalhou três anos em farmácia, sendo que nos últimos seis meses assumiu as funções da direcção técnica. Actualmente, vai iniciar um novo desafio profissional a nível da logística e da distribuição pré-grossista. Tem como hobby o Digital Content Marketing in Pharmaceuticals.

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