Asparaginase Chinesa e a leucemia infantil – Diga NÃO

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Aos leitores que acompanham as postagens do Portal Farmacêuticas, hoje, serei um pouco menos técnica e mais direta ao assunto.

No dia 02/04/07, o  programa Fantástico, da emissora de televisão Rede Globo, levou  ao ar a reportagem com a Farmacêutica Dra. Gisélia Ferreira, concursada pelo Ministério da Saúde e muito provavelmente com os mais altos conhecimentos da farmácia oncológica e assuntos regulatórios. A experiente profissional trouxe à público, após seu desligamento da equipe que analisava a importação da Leuginase,

[quote_center]uma questão que não podemos deixar passar… [/quote_center]

Trazemos aqui a indignação da Comunidade Farmacêutica e de toda área científica quanto à qualidade deste medicamento Leuginase, fabricado na China. Como a referida Farmacêutica mencionou em sua entrevista, toda asparaginase no mundo, em seus Ministérios da Saúde possui origem biológica, no entanto a chinesa possui origem sintética. O que leva a comunidade científica oncológica ficar alerta quanto à qualidade e eficiência do produto.

Made-in-China

Será que a saúde de nossas crianças portadoras de leucemia linfóide aguda  não é mais importante que o dinheiro?

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São 4000 crianças que irão utilizar a asparaginase chinesa (sintética) sem eficácia comprovada se não nos mobilizarmos. Será que iremos deixar a mercantilização da saúde acontecer mais uma vez e crianças a serem utilizadas como cobaias? Não falo isso como farmacêutica, mas como cidadã brasileira.

O site farmacêuticas apoia a atitude da Dra Gisélia Ferreira e conclama a população à assinatura do abaixo-assinado a seguir:

O que é leucemia linfocítica aguda ( LLA)?

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É um tipo de câncer que age em linhagem de glóbulo branco chamado linfoblasto. O linfoblasto é formado na medula óssea e dará origem ao linfócito, uma das células de defesa de nosso organismo. Quando este tipo de câncer emerge, ele altera o crescimento natural desta célula, atingindo o aminoácido  L-asparagina que é formado a partir do código genético. A L-asparagina é substrato para o crescimento tumoral da célula. Neste momento, outras células sanguíneas já formadas, também pela medula óssea, começam a ser atacadas pela reprodução atípica. E novas células surgem com sua síntese proteica modificada. É uma doença oncológica bastante agressiva, que exige quimioterapia e radioterapia muitas vezes e acomete crianças quase sempre.

   leucemia2

 

E como atua a asparaginase?

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 A L-asparaginase, a qual hidrolisa a L-asparagina e impede a síntese proteica da célula tumoral, é utilizada no tratamento da leucemia linfocítica aguda. 

A L-asparaginase é um enzima que converte a L-asparagina em ácido L-aspártico e amônia. E uma vez não tendo mais a L-asparagina, substrato utilizado para a síntese proteica das células oncológicas, o crescimento do câncer é contido. Contudo, as células sadias também são atingidas. Logo, observamos os efeitos colaterais de muitas quimioterapias, como: queda de cabelo, sobrancelhas, vômitos, náuseas.

 

Vamos falar um pouco do que é o aminoácido L-asparagina?

carnes-ovos

Os alimentos ricos em asparagina são principalmente alimentos ricos em proteína, como o ovo ou a carne. É um aminoácido não-essencial  produzido em quantidades suficientes pelo organismo e por isso, não precisa ser ingerido através dos alimentos.

Uma das funções deste elemento  é manter as células do sistema nervoso saudáveis e contribuir para a formação e manutenção de ossos, pele, unha ou cabelo. Além disso, é importante figura na formação das mais diversas proteínas encontradas em nosso organismo. ( cerca de 3%)

L-asparagina

Depois, destas explicações todas, acho que você já se convenceu de que é [quote_center]dever cívico, ético e moral assinar este abaixo assinado!!!!! [/quote_center]

Fico por aqui e até a próxima!!!!!

 

Fontes:

http://www.quimica.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=1675&evento=5

http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2017/04/farmaceutica-levanta-novas-duvidas-sobre-remedio-para-cancer-infantil.html

http://seer.fcfar.unesp.br/rcfba/index.php/rcfba/article/view/139

hthttp://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=101

https://medlineplus.gov/spanish/ency/article/000541.htm

 

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Juliana Antunes
Farmacêutica graduada em Farmácia Industrial pela UFRJ, em 1998 e Pós-graduada em Docência Superior, pelo “Instituto A Vez do Mestre” - Filiada à Universidade Cândido Mendes, 2008. Pós-graduanda em Farmacologia Clínica e Prescrição Farmacêutica pelo Centro Universitário Celso Lisboa com formação prevista para 2018. Experiência em docência de farmacologia para alunos de curso técnico de enfermagem e atuante como propagandista médica na área de farmácia com manipulação, e como Farmacêutica gerente e responsável técnica na preparação de formulações sólidas em outra empresa do mesmo ramo. Experiência ampla, graças aos 14 anos dedicados a cuidar diretamente do paciente; oferecendo orientação farmacêutica, gestão de estoque, capacitação de balconistas quanto noções técnicas farmacêuticas e de farmacêuticos recém-contratados quanto à deontologia e captação de clientes. Fomentando valores, tais como: marketing e vendas e, em paralelo, o uso racional de medicamentos e conscientização da equipe de vendas como promotores de saúde. Iniciante na área de farmácia comunitária em 2002, tendo sido premiada em 2004 e 2011 como destaque na rede varejista Droga Raia onde atuava. Em 2017 findou-se a jornada em mais uma grande empresa varejista Drogarias Pacheco, onde atuava desde 2013 no mesmo segmento. Busca por aprimoramento contínuo, em uma área tímida, denominada Farmácia Clínica; onde os principais valores, como profissional dessa área, estão nas experiências compartilhadas com colegas, em palestras, experiências in loco com os pacientes e cursos que participo, me fazem cada vez mais desbravadora da profissão. Também, a leitura de novas informações em: farmacologia, sociologia, marketing, deontologia e farmacoeconomia, enriquece o meu saber. Como farmacêutica, estimuladora da arte de pensar e colunista da “farmacêuticas.com”, deixo uma citação, para retratar como nós farmacêuticos devemos nos reinventar, para sobreviver no mercado e, ao mesmo tempo, nunca - jamais e em tempo algum - esquecer da saúde e bem-estar de nossos pacientes. Conceitos arraigados em nosso código de ética. “A verdade é que os setores jamais ficam estacionados. Estão sempre em evolução. As operações tornam-se mais eficientes, os mercados se expandem e os atores chegam e vão embora." (A estratégia do Oceano Azul - como criar mercados novos e tornar a concorrência irrelevante - W.Chan Kim e Renée Maouborgne,- Rio de Janeiro: Elsevier, p.6, 2005).

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